Saturday, July 03, 2010

O Arteísmo

Qual a minha religião? Te digo: a Arte.

Não, não me tomais por mais um tolo, mais um "amante das belas artes, defensor da beleza". Sou, de fato, "arteístico".

Novamente, lhes peço que não me confundais com os "veneradores das artes e dos artistas" que abundam por aí, a maioria dos quais apenas se refugia nos ecos dos conceitos positivistas de beleza, somados a uma infantil necessidade de tornar-se parte de uma pretensa elite intelectual. Confesso: já fui isso.

Todavia, vi a Luz. A Revelação.

Vi Jeovah, Allah, Quetzalcoatl, Zalmoxis. E vi o que são e de onde vieram.

São música.

São poesia.

Tomemos uma sociedade paleolítica. Conhecimentos limitados aos essenciais à sobrevivência, à manuntenção da vida em sociedade, manuntenção da espécie. E o lastro de tudo está nos rituais, a plena realização social, o maior fortalecedor e consolidador daquela gente enquanto Humanos. E o ritual era Arte, e a arte era Ritual. E eram uma coisa só.

Deuses, espíritos, demônios... eram a interpretação poética de um mundo hostil, traduzidos para uma linguagem através da qual se pudesse tentar compreender todo o caos e imprevisibilidade da natureza.

Religiões, cultos, crenças, são, em essência, pinturas da realidade, poetização da natureza. E a Arte é a linguagem divina, é o catalisador da consciência do Ser Humano para consigo próprio.

Por isso vos digo, acredito no Ritual. Acredito na divindade. E ela nada mais é do que a Arte - ainda que seja apenas um meio para a compreensão do Ritual. Logo, os dois são indissociáveis, e só há compreensão do Sublime através desta interação.

E após compreender o Sublime, há a Redenção.

Orgiástico, não?

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